Ansiedade na adolescência: veja quais os sintomas

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A ansiedade na adolescência é um tema que abre muitos debates e que infelizmente ainda carrega muitos estereótipos, sobretudo com o uso de medicação.

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É verdade que nem todos os casos de ansiedade em jovens requerem o uso de medicamentos. Existem abordagens alternativas e terapias que podem ser eficazes no tratamento da ansiedade em adolescentes, especialmente em casos leves a moderados. Terapias cognitivo-comportamentais, por exemplo, podem ser uma opção adequada e eficaz.

No entanto, em casos de ansiedade severa em que o transtorno afeta significativamente o comportamento e a qualidade de vida do adolescente, o uso de medicamentos pode ser aconselhado como parte do tratamento. Os medicamentos podem ajudar a reduzir os sintomas da ansiedade e proporcionar um alívio mais rápido.

É importante ressaltar que o uso de medicamentos deve ser sempre supervisionado por um profissional de saúde mental, como um psiquiatra ou um médico especializado em saúde mental de adolescentes. Eles avaliarão a gravidade do transtorno, considerarão os riscos e benefícios do uso de medicamentos e acompanharão de perto o adolescente durante o tratamento.

Cada caso é único, e a decisão de utilizar ou não medicamentos no tratamento da ansiedade em adolescentes deve ser feita de forma individualizada, levando em consideração a avaliação profissional e o bem-estar do adolescente. Continue a leitura para saber mais detalhes sobre como lidar com a ansiedade na adolescência.

Ansiedade na adolescência: considerações de uma especialista

Não há dúvidas de que a adolescência é uma fase de intensas mudanças e descobertas, e por isso pode gerar ansiedade e descontrole emocional nos jovens. Esses sentimentos podem levar a uma visão de que estão sempre certos e dificultar o diálogo e a compreensão das perspectivas dos outros.

Conforme mencionado pela coordenadora do curso de Psicologia da Unissau Paulista, Márcia Karine Monteiro, existem sinais de alerta que podem indicar a presença de ansiedade em adolescentes. Esses sintomas incluem alterações no apetite, dificuldades para dormir, dores musculares, baixa autoestima, tristeza, dificuldades para socializar, perda de interesse em atividades e hobbies, desatenção, perda de memória, falta de ar, palpitações, medo constante e inquietude.

É fundamental que os adolescentes com ansiedade recebam o apoio necessário. Márcia ressalta algumas dicas para lidar com a ansiedade nessa fase, como incentivar a prática de exercícios físicos, estimular o diálogo aberto sobre sentimentos, dores e desejos, além de oferecer suporte emocional. É importante que os pais ou responsáveis busquem a ajuda de um psicólogo para proporcionar atendimento e acompanhamento adequados.

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A psicoterapia é frequentemente recomendada como o tratamento mais indicado para a ansiedade em adolescentes. Dependendo da gravidade do quadro, pode ser necessário o apoio de um psiquiatra, que poderá avaliar a necessidade de medicação complementar. O acolhimento e compreensão dos desafios enfrentados pelos adolescentes também desempenham um papel fundamental no processo de tratamento.

É essencial que a abordagem seja individualizada, levando em consideração as necessidades e peculiaridades de cada adolescente. Um profissional de saúde mental poderá oferecer orientação adequada e ajudar na busca por estratégias eficazes para controlar a ansiedade e promover o bem-estar emocional.

Quais são os principais sintomas de ansiedade na adolescência?

A ansiedade pode ser percebida de diferentes formas, como a preocupação excessiva sobre possibilidades futuras, o medo de errar e de ser rejeitado e o temor pelo que não é controlável. A pessoa ansiosa convive com diversas emoções contrastantes e intensas, principalmente quando não sabe como lidar com os sentimentos.

Por isso, esse transtorno é capaz de prejudicar o desenvolvimento durante a adolescência, sendo importante reconhecer os sintomas para buscar uma solução. Confira alguns sinais que podem indicar que seu filho está precisando de ajuda!

Dificuldade para prestar atenção na aula

A dificuldade para prestar atenção na aula é um indicativo de que seu filho pode estar sofrendo com a ansiedade. Ela faz com que o adolescente não consiga se concentrar no presente, passando a pensar já no resultado das provas, por exemplo, o que não é saudável.

Isso pode ser notado pela queda das notas e por uma irritação com assuntos relacionados ao estudo. A possibilidade de falhar prejudica a concentração e distrai o estudante, impedindo que ele compreenda os conteúdos passados durante as aulas.

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Preocupação em excesso

O adolescente ansioso costuma expressar mais preocupação sobre o que as outras pessoas pensam dele. Essa é uma fase complicada, na qual é necessário conciliar transformações físicas e emocionais com a pressão dos estudos, o que pode prejudicar a autoconfiança do jovem.

Desse modo, a cobrança excessiva passa a fazer parte do cotidiano, gerando dificuldade de concentração e uma autocrítica muito forte. Esses sentimentos e atitudes podem desencadear o transtorno de ansiedade generalizada, conhecido como TAG.

Desconforto intenso em situações sociais

Essa é uma das demonstrações mais comuns durante a adolescência. Nela, o jovem demonstra desconforto, suor, gagueira e náusea quando necessita passar por um momento de interação social.

O adolescente que costuma ficar sozinho, tirar notas baixas e não demonstra interesse pelas atividades escolares ou pelo futuro profissional pode estar com esse sintoma. É importante não confundir o desconforto social com a timidez, que também é muito comum nessa fase da vida.

Inquietação emocional

Esse é um problema detectado quando o adolescente demonstra inquietação ao imaginar ou perceber que precisa se afastar de pessoas com quem divide forte conexão emocional. Desse modo, ele fica incomodado ao ficar longe da família, parentes próximos ou amigos mais chegados.

Essa agitação prejudica a concentração e provoca irritação. O resultado desse comportamento é uma dificuldade em participar de atividades simples de convivência, como uma reunião social ou, em casos mais complexos, uma mudança de escola.

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Ações repetitivas e pensamentos intrusivos

Algumas ações repetitivas, como mudar constantemente um objeto de lugar ou lavar as mãos em excesso, podem ser um sinal de que ele está desenvolvendo o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Este também é um tipo de ansiedade e deve ser notado pelos responsáveis.

Os pensamentos intrusivos que atrapalham a rotina, impedindo a tomada de decisões simples, também devem ser analisados. Os dois casos dificultam a rotina do adolescente, que tem mais dificuldade para realizar atividades cotidianas, sentindo-se mal por isso.

Como familiares podem ajudar os adolescentes a superar esse problema?

Ao identificar algum desses sintomas nos adolescentes, os familiares devem estudar maneiras de abordar o problema de forma natural para manter a saúde emocional dos filhos. O apoio e a solidariedade nesse momento são importantes para que eles se abram e possibilitem a ajuda, caso contrário, eles podem se fechar ainda mais. Confira o que pode ser feito

Diálogo

É preciso muito tato e carinho para saber lidar com o momento. Busque entender as causas da ansiedade e como ela está afetando o cotidiano. Lembre-se de se mostrar disposto a conversar sobre os medos e frustrações, escutando o que o adolescente tem para dizer e mostrando que ele está em um ambiente seguro.

Essa é uma maneira de contribuir para o desenvolvimento socioemocional do adolescente, ajudando a lidar com suas emoções e aspectos sociais. Depois disso, encontre atividades e costumes que ajudem a aliviar os sintomas e a melhorar o dia a dia do adolescente.

Alimentação e exercícios

Igualmente é importante buscar uma alimentação balanceada, a qual é fundamental para diminuir a probabilidade de transtornos alimentares ligados à ansiedade. Os exercícios físicos também são bons aliados, pois liberam substâncias como a endorfina, que auxilia no combate à ansiedade. É possível ainda encontrar atividades que sejam prazerosas e possam ser feitas em família.

Ajuda profissional

Quando você perceber que o caso é mais sério, é fundamental buscar ajuda profissional. O tratamento deve ser feito por um profissional da área, como um psicólogo ou psiquiatra. Assim, torna-se possível definir qual será o método de atendimento.

Lembre-se de que, quanto mais cedo o tratamento for aplicado, maiores são as probabilidades de uma recuperação rápida. Os adolescentes estão numa fase importante da vida, por isso resolver esse problema contribui para que eles se desenvolvam de forma integral.